O centro do labirinto – westworld
O que é o centro do labirinto?
É um jogo desenvolvido por Arnold, sócio de Robert Ford e
co-criador do parque Westworld. Este jogo é para anfitriões, e não para
hospedes ou convidados. Junto a anatomia superdesenvolvida dos anfitriões também suas
mentes, seu humor e intelecto, foram precisamente desenvolvidas, porém, as
ambições em relação a sua mente não paravam aí, desde o momento em que Arnold
não se contentava apenas com a aparência do intelecto, ou com o humor, mas sim
com a própria criação de consciência.
A criação de consciência tomou a mente de Arnold, criador
dos anfitriões, e como alcança-la passou a ser a busca de sua vida. Primeiro ele
supos que a consciência seria o último nível de uma hierarquia piramidal, que
começava com memórias , passava para improvisação sobre essas memórias, e
terminava em consciência, como se a soma destes elementos pudesse gerar consciência. O modo como ele esperava impor consciência aos
ciborgues era implantando sua própria voz como coordenada dentro de suas
mentes, algo como uma voz anterior, uma voz no fundo da cabeça, um outro eu que
dá ordens e conversa consigo mesmo, este projeto não obteve sucesso e mostrou
levar os anfitriões à loucura. A consciência não era uma soma, porém uma totalidade em si mesma.
Uma mudança de perspectiva criou a noção de labirinto. A consciência passou a ser compreendida não com algo a ser alcançado, como alguém escalando uma pirâmide, ou alguém procurando o ouro no final do arco-iris, mas sim como um caminho para dentro, um caminho para as profundezas, um caminho para o centro do labirinto, e uma proposta de encontro ou de ‘encarar’ a si mesmo. A consciência seria algo como encarar a si mesmo, e as suas memórias fundantes (Memórias que são os alicerces da personalidade dos anfitriões), encarar daí as próprias escolhas e com responsabilidade aceitar suas conseqüências, mesmo que estas escolhas sejam diferentes do que propõe qualquer convenção. O centro do labirinto, a consciência, seria um encontro que o anfitrião teria consigo mesmo, e a partir donde poderia tornar-se responsável sobre si, e sobre a forma como vê o seu mundo.
"As pessoas insistem em ver a feiura neste mundo, eu não, eu prefiro ver sua beleza!" - Dolores
Um exemplo dessa passagem do antigo sistema que implantava a
voz de Arnold como uma voz auxiliar para o futuro ganho de consciência acontece
com Dolores, que procura por Arnold seguindo seus mandamentos interiores, sua
voz em sua cabeça, como a voz de deus para seu rebanho. Depois de
vários encontros com Arnold, e a descoberta de que o labirinto é apenas um
joguinho infantil, Dolores descobre que a voz que ela ouvia dentro de si era ela mesma num encontro que ela tem com ela mesma. A voz insistia em dizer: "Lembre-se", o que se referia a lembrar quantas vezes ela já havia descoberto a sua própria 'liberdade' em relação a sua narrativa limitante, o que se referia ao genocídio que cometera ao mando de Arnold, e a todas as vezes em que 'morreu' dentro do parque e havia esquecido. Em sua memória residiam todas estas experiências, e uma tomada de consciência delas significaria também poder emancipar-se dessa situação enclausurante. Assim como Ford nos explica, que é preciso sofrer para se libertar do cativeiro de Westworld, é preciso compreender que este sofrimento está relacionado ao encontro com a dor de nossas experiências passadas, pois assim como diz Bernard, como seríamos capaz de melhorar se esquecêssemos de nossos erros?
Este evento, do encontro do centro do labirinto, ou um encontro com a sua consciência, ou um encontro com aquilo que a própria Dolores 'deve' fazer, com aquilo que permanece pordebaixo da narrativa que foi lhe imposta, a narrativa que a encerrava no personagem da filha do fazendeiro, que precisa ser salva pelo caubói justiceiro ou a donzela raptada pelo vilão que triunfa, neste caso, sobre o caubói. Essa idéia por debaixo da personagem, isso que seria sua consciência, ou aquilo que a guia até o centro do labirinto, é o próprio centro do labirinto, é a própria consciência, isto é, sua capacidade de refletir, de ver através, de enxergar além do roteiro, além das coisas dadas, e re-interpretar, e dar sentido, um sentido que parte de uma reflexão que parte do si-mesmo, e que por isso dá um sentido, um significado verdadeiro, ou uma essência para a coisa.
A Dolores, enquanto personagem projetada, enquanto um ciborgue, permanecia no labirinto, nos vários caminhos, ou escolhas, impostas pela narrativa, pela história a partir da qual ela se compreendia de forma reduzida enquanto donzela, enquanto a filha do fazendeiro, o centro do labirinto, que, assim como inter-ligada todos os pontos em um só, permite também uma visão ampla e além de todos eles, revelando o que há de comum a todas as narrativas que Dolores poderia participar, relevando a própria consciência de Dolores que surge como a capacidade de refletir, a capacidade de fazer escolhas, a capacidade de interpretar, de dar sentido de novo, de rever aquilo que é simplesmente dado como verdade, a consciência enquanto algo de própria no ser humano, o centro do labirinto, como a capacidade unicamente humana de criar e dar sentido, de dar existência ao seu próprio mundo, de dar significado, de tornar o seu mundo, se visto a partir do centro do labirinto, significativo, e não apenas uma narrativa, imposta por alguma instituição, por um parque temático, por um cientista louco, por uma soma de causalidades, mas a própria essência.
O centro do labirinto, é a própria armadilha, é a própria experiência, é o trauma e a marca, o núcleo, o mito fundante, a verdade, e, por fim, a consciência, a partir daí, de um encontro com a marca, de uma tomada de consciência da coisa, torna-se possível então, projetar um linha, ir além do horizonte, tecer uma possibilidade, escolher, e tomar responsabilidade. Através de um encontro com aquilo que nós somos, e apenas através deste encontro, é que podemos fazer disso alguma coisa, e compreender daí a essência que perpassa a nossa realidade, e o nosso modo 'humano' de ser e compreender.
Este evento, do encontro do centro do labirinto, ou um encontro com a sua consciência, ou um encontro com aquilo que a própria Dolores 'deve' fazer, com aquilo que permanece pordebaixo da narrativa que foi lhe imposta, a narrativa que a encerrava no personagem da filha do fazendeiro, que precisa ser salva pelo caubói justiceiro ou a donzela raptada pelo vilão que triunfa, neste caso, sobre o caubói. Essa idéia por debaixo da personagem, isso que seria sua consciência, ou aquilo que a guia até o centro do labirinto, é o próprio centro do labirinto, é a própria consciência, isto é, sua capacidade de refletir, de ver através, de enxergar além do roteiro, além das coisas dadas, e re-interpretar, e dar sentido, um sentido que parte de uma reflexão que parte do si-mesmo, e que por isso dá um sentido, um significado verdadeiro, ou uma essência para a coisa.
A Dolores, enquanto personagem projetada, enquanto um ciborgue, permanecia no labirinto, nos vários caminhos, ou escolhas, impostas pela narrativa, pela história a partir da qual ela se compreendia de forma reduzida enquanto donzela, enquanto a filha do fazendeiro, o centro do labirinto, que, assim como inter-ligada todos os pontos em um só, permite também uma visão ampla e além de todos eles, revelando o que há de comum a todas as narrativas que Dolores poderia participar, relevando a própria consciência de Dolores que surge como a capacidade de refletir, a capacidade de fazer escolhas, a capacidade de interpretar, de dar sentido de novo, de rever aquilo que é simplesmente dado como verdade, a consciência enquanto algo de própria no ser humano, o centro do labirinto, como a capacidade unicamente humana de criar e dar sentido, de dar existência ao seu próprio mundo, de dar significado, de tornar o seu mundo, se visto a partir do centro do labirinto, significativo, e não apenas uma narrativa, imposta por alguma instituição, por um parque temático, por um cientista louco, por uma soma de causalidades, mas a própria essência.
O centro do labirinto, é a própria armadilha, é a própria experiência, é o trauma e a marca, o núcleo, o mito fundante, a verdade, e, por fim, a consciência, a partir daí, de um encontro com a marca, de uma tomada de consciência da coisa, torna-se possível então, projetar um linha, ir além do horizonte, tecer uma possibilidade, escolher, e tomar responsabilidade. Através de um encontro com aquilo que nós somos, e apenas através deste encontro, é que podemos fazer disso alguma coisa, e compreender daí a essência que perpassa a nossa realidade, e o nosso modo 'humano' de ser e compreender.