E por todo o universo ecoa a mesma palavra
sobre o momento agora aproveitado
o escape para o conforto
toda a alma errante deixou de ser para, por um instante, acreditar
dissolver
sem nada realizar
Alma disciplinada na arte de ansiar
sofrimento determinado pelo não sucesso
cicla e cicla, se escondendo sob a sombra,
toda a vida, que assim deveria ser
existir é ser possível, agora!
chora, em desespero clama,
da garganta o som da voz que geme e apaga
a desacordada mente entorpecida pelo vício
reflexo no espelho, não percebido, apenas visto
não refletido
com caminho já certo, enquanto todo o mais não tem sentido
Tenta o mais um homem abrir o zippo com o indicador e o polegar
pressiona sem sucesso, já com a mão dolorida, resolve deixar pra lá..
mas seria realmente digno se conseguisse
seria legal!
Pensariam assim aqueles que o vissem
Esses observadores por todo o lugar
observar o que é, e aquilo que foi deixa de ter sido
Juízes que disputando contra todos por reconhecimento,
e contra si mesmos, contra o vazio, pelo direito individual
que se apaga na neblina irresoluta
desconexa
de uma mente fixa e cega
Ser deixa de ser pelo ter
Observam os bisbilhoteiros de outrora o véu que envolve o mundo
colorido transforma o extremo bem em qualquer um desejado
Grande quantidade de viventes, pouca quantidade de pensamentos.
Nada escapa tanto do igual
na multidão, o isolado, apenas esse é diferente
Se, a realidade forjada exprime o poder, que controla sua composição, através da beleza
Serei o belo e dominarei toda a consciência
Consciência que apaga é feia, e enquanto viva, como extremo bem, pende à beleza
Não pensas como pensas, pensas como deveria pensar
Quão bom é você onde a maldade é bondade?
Reduz-se então à um malfeitor, à ralé, não digno!
E seja honesto! Honesto consigo mesmo,
você mesmo, constructo social
honesto com o deus que te criou
É alvo agora de toda a bajulação
dos infortunados recebe os parabéns cabisbaixos
longe de todos
tornou-se o ideal
deixou de ser humano
Como é que o dono do poder, de todo o existente, distante da fraqueza, endeusado, como é que se sente?
Uma mente reduzida à um grande quebra-cabeças ideológico
de todas as necessidades
distante do que nunca teve a oportunidade de ser
Não há respostas para a mente lógica contra qualquer paradoxo
pois esses são divinos, do perfeito
não da reduzida ordem
Encontra-se em todo o lugar...
Ondas e ondas do que diz ser, mas não é! São coisas, são fora!
Enxerga, tateia, escuta, tem, mas não é!
Ciclo do querer.
Quando quer é porque quer, e não alguma coisa
Necessária beleza, quem a tem, tem o poder
Necessária força, que ma tem, tem o poder
Poder mantenedor da estrutura
aquele que não se move não vai à lugar algum
aquele que não fala nunca disse...
E quem é que vai lembrar daquele que nunca falou? Não há necessidade
por ali não há suprir, não existe saber para encontrar, nem pensamento pra flexionar,
não dessa forma...
Não sou representação
Não sou palavra
Não sou movimento
Sou existência
Infinita possibilidade
Não qualquer coisa, pois ambas são palavras,
pronome, substantivo
não vida.
Lá num lugar
onde não há pensar
quem pensaria sobre a espada contra o peito mortal?
apenas aquele que sofre
Corro contra a montanha ingrime
e sei que não há meios de subir
corpo da carne em evolução
já fui desabilitado de algo que hoje não sou
da crença, homem vazio
da segurança, onde é que estou?
mas pra qual lugar?
e se...
e se...
O primeiro dos homens foi um covarde.
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