Acho que quem faz poesia não suporta as palavras
Mais poeta é aquele que suporta conviver com as coisas em silêncio
True Moon

Everyshit has it darkside
quarta-feira, 29 de junho de 2016
domingo, 26 de junho de 2016
As vezes eu vejo coisas, coisas escritas por ai, em redes sociais e etc, que são só um amontoado de palavras que meus olhos passam correndo. Não tenho certeza se isso é uma espécie de alucinação, ou uma pressa, ou um desentendimento com a pessoa que escreve. Muitas pessoas parecem, assim como eu a maioria das vezes, querer escrever algo sobre o que não entendem, parece na verdade que o motivo o texto, qualquer que seja é sempre esse de reviver o esquecido, de tornar escrito aquilo que ainda não é palavra, que ainda não foi discorrido. Suponho que me conhecer seja o objetivo principal de qualquer percepção, conhecer e reconhecer isso que flui em mim mas ao mesmo tempo é imperceptível para mim mesmo, e que as vezes insiste a tornar objetivo no mundo de tal forma que se torne escancarado, e eu já não posso mais negar, porém possa então reconhecer.
segunda-feira, 20 de junho de 2016
promessas
Que escuridão doce
Dos meus solos sozinhos amanhã
Que solidão pequena
Do meu coração apertado
Que aperto no corpo de tanto consumir vazio
Estou repleto de pouca luz
Estou de pouca luz algumas palavras
Estou em algumas só que, de verdade, em nada
Faço que faço e minto que não fiz
Pra me apaixonar de novo faço de conta
Faço de conta que nunca te vi
Faço de conta que não quero te ver
Faço de conta que sou assim complicado
Um pouco misterioso pra ninguém saber de uma vez
Sou o mata tempo que não se encontra numa revista ou na TV
Faz tanto tempo mesmo que ninguém faz nada
São só áudios e vozes, e algumas coisinhas sem sentido na
pequena tela
Um vazio de ego, um eu famoso
Sou para todos lá o que nunca fui, e tudo o que há lá são
amontoados, quilos e quilos, sem espaço nenhum na realidade, de pixels
Pixels, só pixels
O espaço do meu lado ainda é escuro e a chuva cai sem som
de nenhum passo, eu escuto a mim mesmo respirar, e escuto o ritmo acelerado do
meu coração que
Torno real com essas palavras, que faço surgir com as
marcas pinceladas da minha mão,
Na sombra iluminada, de uma tela e um colchão e a coberta
cobrindo todo esse frio
Que eu nem sei mais se é de verdade ou uma desculpa que
me convence, e da um tempo pra todos perceber que a era do gelo chegou em
nossos corações de metal
Durmo quieto
Aquietado por uma passarela, uma aquarela, uma parede
branca de sinais vazios de olhos e desenhos sem nenhum sentido
Esses que são o retrato mais fiel dos lapsos e lacunas
deixadas pelas era da não-informação
Quase como germes terminamos de comer e não sentimos o
gosto do resto ainda na boca de comida
Para mais um alimento numa esquina de rua e riscos, e
marcas pintadas vermelhas nos chãos e nos postes imagens deformadas de um
talento sem fim, para o fim da imagem própria que torna o corpo respondido,
torna o corpo resposta à ponta de navalha e agulha, da droga da tatuagem, das
bandanas engolidas nos cantis de conhaque
Verme sonolento que cansa mas não dorme nem sonha, pois
quem quiser que for que se controle ai debaixo dessa totalidade de perfomance
natural, em todo lugar onde vou dizer pra quem me espera que todo mundo sabe,
que nós somos tão belos e a juventude de nunca mais morreu, nem nasceu.
Eu ouvi falar de um grito de fúria nos magistrados da
burocracia, e ouvi falar de um grito de ar no pulmão de uma pessoa que parecia
mais um nada.
Nesses vermelhos movimentos disformes eu vi nascendo a
tristeza, a violência, e só aparência
Num querer que se não poder não será digno de nada, novo
maltrapilho que será o melhor do mundo e se não for será o grande lixo da
humanidade, lixo que se reserva para quem não lembra e lixo que se reserva para
quem quase lembra. Somos nada mais que um monte de patetas querendo ser o que
não são para provar alguma coisa pra não sei quem... Enquanto a vida passa e o
dom não é aquilo que desejam as grandes lojas que vendem guitarras a cobrar,
que vendem músicas que nunca vão durar, que produzem em palcos pequenas
parcelas de ninguém, de alguns modelitos estampados num verão atrás só pra
mostrar no sol que se pode mais, pra deixar e ser assim especial depois da
carne, enquanto matam nos grandes abatedouros milhões de vocês mesmos.
Ri, ri, ri, ri, grande homem atleta do topo dos prédios,
gorila que domina e governa o oceano atlântico, o indico, o pacífico, e as
gélidas montanhas invisíveis que estão barradas pela claridade da lua onde
morrem os poetas enganados por estampas e latas e cores.
E doutro lado o nada que empurra com a barriga o querer e
torna o mais possível simples no complicadíssimo impossível já que ainda não é
tudo
Tudo teu quase nada, porém ainda não lá.. morrendo de
amor pelo que ainda não é, depois de três ou quatro segundos espera de novo que
depois de três ou quatro segundos poderá esperar de novo depois de três e
quatro segundos que nunca mais pode ter certeza só aqui e já da tua
infelicidade num mundo de promessas
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