True Moon

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quarta-feira, 28 de junho de 2017

Poesia Entoada - (Ao som de Mozart - Requiem)

Poesia Entoada

Glória
Glória
De passos últimos de uma raça
Antes da fúria

Fúria que culmina
E arrebata

Destruirá
Destruirá!
E retornará a destruir a singela matéria
Potencial que não se pode ver
Potencial que não se realiza em totalidade
E mantêm-se em conflito
E se estende para dentro e para fora de tudo

E alguns
E alguns...
Do fundo de sua calma
Esperariam para sempre
Durante todo o espaço possível que se faz numa vida
Nada dizer
Único momento sem o qual qualquer certeza se apaga, depois do qual qualquer coisa não é

Porém
Ousaremos sonhar!
Mesmo que tudo isso não leve a nada
Mesmo que sejamos como pó
Em um frasco passageiro
De insignificância e nada

Quem em toda a eternidade ousaria rever todos os dias que já passaram
Quem? Já que nenhum deles é nosso de fato
E todos estão em silêncio
E todos permanecem sem estremecer

Medo que me abala e me golpeia...
Escadarias que construi em delírio para alçar vôo
Impulso descomunal que fora alavancado
Numa reviravolta imprecisa de caos e ordem
Na polarização natural da vida

E esse caminho tão duro
E tão cheio de si
Formulado sobre fundamentos que exigem-se a si ser
A matemática de um infinito

Que nunca deixa de rolar para fora
De vazar para as profundezas de um abismo invisível aos olhos
E a natureza fixa e contingente dos corpos

E nós Humanos
Ainda em discussões com sombras
E tristes assassinatos de antigas premissas

Contando nos dedos
E sentindo nas costas
O peso de tantas mentiras

Uma única só pessoa entre todos os arranha céus insiste em gritar
O ar que expulsa as pressas do pulmão
Como quem se afoga de seu próprio organismo
E sabe

E sabe, sem nunca ter tocado nenhum momento o divino
Em toda a solidão do real
Que a frustração nasce da única pergunta
Por que hei de perecer?

Um espaço para mim
E antes tudo
E depois tudo
E meu nada particular que será alimento para vermes ordinários,

E nunca
Nunca será lembrado!
Pois o tempo é o deus que corre junto aos relâmpagos
E o homem um discurso de décadas

Então
Então...


O que mais tem-se a dizer?  

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