True Moon

True Moon
Everyshit has it darkside

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Mr. Nobody (Sr Ninguém) - Reflexão além do filme.

Todos os dias tomamos decisões, escolhas, somos meios que postos em encruzilhadas onde infinitos caminhos podem ser traçados.

Mas que capacidade é essa de imaginar o futuro? E com que tipo de informações lidamos no presente para estar ciente de que caminhos seguir? 

Tentem imaginar uma conversa entre dois jovens sobre um seriado que gostam muito. Os dois comentam sobre como o roteiro de tal episódio se passa, como a estrutura de tal personagem faz com que eles o sintam determinada personalidade, como tal personalidade representa amor(Haruno Sakura), ou ódio(Batman), ou egoísmo(John Constantine), ou impulsividade(Deadpool). O passado nos trás informação do presente, e no presente, diante de uma conversa, representamos nosso passado, e essa "simbologia" que se faz presente em qualquer dialogo, é a possibilidade de compreender emoções, personalidades. 

Nesta mesma conversa sobre um seriado, um dos jovens comenta sobre como se sente motivação em uma máxima proferida por um personagem. No caso, vamos pensar no Luffy da série One Piece. "Vou me tornar o rei dos piratas". Essa afirmação, pra mim, demonstra convicção, coragem, e delineia um perfil de alguém honesto com seus sentimentos, de alguém que não desiste dos sonhos. Nesse caso, temos um personagem, uma fala, e uma interpretação, que pode ter infinitas possibilidades de ser interpretada, mas que ainda, quando nos referimos à alguém pensando/sentindo ela, poderíamos reserva-la a uma só. 

A nível de chacota, aos olhos de um individuo que se compreende em contato com uma realidade cruel que o banaliza, que o rouba os sonhos. A nivel de superação, no caso de um triste individuo que a interpreta contendo em si uma realidade sonhadora. E, até, em nível de imparcialidade, caso não exista acesso ao desenho, ou desenhos sejam só mais um algo que passa na tv, enquanto o ser em questão tem uma vida corrida, ou voltada a outros afazeres. Se ele esta em relação à realidade com outra intenção, uma perspectiva completamente alheia aqueles que investem energia em séries, ou desenhos, tanto faz. 

O que quero dizer? É que o simbolo da coisa, carrega a possibilidade dela existir. Então, anterior ao interpretar, existe a importância do interpretado, sua potência, sua característica, se faz viva num plano simbólico, num plano da imaginação.

Se assim é, não é também o futuro, enquanto imaginação, um terceiro plano de realidade? 
Não há capacidade de interpretar casa, de visualizar casa, caso ela não tenha sido elaborada, primeiramente pela mente, e posteriormente na natureza, no plano objetivo.

Então, as faces de meu futuro são tão reais quanto uma casa, só que ainda anteriores à sua objetividade, que se faz no concreto do espaço-tempo. Não digo que a imaginação não é real no espaço-tempo, ela é, enquanto fruto de um interpretar as relações, por exemplo. O que é bom ou mal, aquilo que é dolorido, ou que me assola de medo. O sentimento que tenho em relação ao luar. Mas sem a ação dessa potencia, a estatua nunca vai passar de uma pedra crua de marmore. Mas tanto a pedra, quanto a estátua, são empecilhos moldáveis pela mente em si mesma agindo, enquanto ela é onisciente, todo ó resto é perspectiva. Notamos na qualidade da escultura de vários escultores, nem sempre a forma deixava pelo toque humano é igual. Uma estatua deformada, no sentido de assimétrica, pode bem ser a arte de alguma qualidade de intenção que à justifique, que à ame. 

Os vários futuros demandam imaginação, a linearidade de uma realidade pensada, que se estendeu por anos em segundos, é o que podemos chamar de imaginação.
A estrutura tão bem elaborada na mente, sendo a mente de alguém o arquiteto do universo, da nome as pedras, aos passos, aos objetivos, ao futuro, ao presente. Assim nasce a esperança, o amor e a arte.

Não é a arte uma momento imaginado eternalizado? 
Assim como é cada face que de nossa imaginação. O átomo que se contem em si mesmo, e assim se prolonga infinitamente, assim podemos ser nós uma perspectiva de um anterior grande arquiteto. Realidades imaginadas paralelas infinitamente dispostas. 

No filme notamos que a criança imaginou-se até os 120 anos, imaginou o futuro, e uma vida de imortais. Não sei que tipo de contato ela teve com algo que remete à essa imortalidade, mas diante de uma dor profunda da separação dos pais, não é a imortalidade o dom mais ansiado por um mero humano sofredor? Talvez signifique o fim de qualquer dor. 





Nenhum comentário:

Postar um comentário