True Moon

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Everyshit has it darkside

domingo, 24 de julho de 2016

cigarro e cão, natural e fumar, lei e amizade

Puts, joguei o cigarro muito perto... Deslizo por entre a brecha do carro e do portão. O cigarro está um centímetro depois da linha imaginária do portão que separa lá fora daqui dentro da casa. Acho que ta tudo bem... a bituca está lá fora. A fumaça termina de queimar na rua, no caos da estrada, nas escolhas da grande cidade, do estado maior. As leis diferentes pra cada lugar não tem mais a proteção dos ideais dessa única família que defende-se com agudeza, que determina-se no perímetro dessa casa, que impera em suas categorias uma ordem até que natural de seu próprio sistema abstrato.


O cachorro passa de cabeça baixa, vai até o lugar de sua escolha onde o vento refresca seu corpo coberto de pelo que abafa a pele. Parece uma ovelha. Ele olha como que pedindo licença pra poder refrescar-se na água que  o vento carrega em sua umidade. Me aproximo e trocamos de lugar, eu sou esse cachorro. Sem perder a postura me abaixo com a rigidez de um homem que faz de suas escolhas as melhores, que tenta elaborar o maior plano de uma vida curta. Passo a mão em seu pelo e olhando para o horizonte lá embaixo dessa montanha, mostro que a única lei que não deve ser quebrada é a da igualdade, pois aqui então poderemos ser livres pro refresco da brisa, e não há tormenta que não possamos enfrentar desde que sejamos livres pra escolher o melhor. Que tipo de pessoa não escolheria amar? Ele se afasta, o cão, e me ensina que o cheiro do cigarro atrapalha o fluxo dos aromas naturais.. eu entendo mas não saio do lugar, estou aqui por motivos, motivos que tento deflorar do longínquo horizonte que se abre mais uma vez em minha solidão pedindo um novo nome, uma nova coisa, que ainda não é na grande ausência do dualismo da alma. 

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