True Moon

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Everyshit has it darkside

quarta-feira, 18 de outubro de 2017

A pessoa contemporânea é uma propaganda.

A natureza do homem contemporâneo está na pele.. as avessas, o que era interior tornou-se exterior, seu amor não é sublime, seu amor é objetal. A eternidade torna-se um projeto de vida, e o todo se estende de um ponto cego à outro de sua consciência limitada. Esplendor reflete da luz nos espelhos dos grandes edificios da metrópole.Não há ferreiros ou artesãos dos dias atuais, porque não há pessoas por detrás do trabalho. Os homens são martelos e bigornas, hoje são de couro ou pior, de plástico, os homens são sapatos. São o próprio asfalto, são tanto piche que facilmente se confundem com o mundo de fora, tornam-se este asfalto utilitário, tornam-se a própria ferramenta de trabalho, tornam-se o recurso para existir asfalto, seu existir é de tal forma sem forma, vazio, anonimato, que podemos compreende-lo, à este homem de hoje, como sua profissão, como um cargo, como uma escala de tarefas e atividades. Em ultima instância, o homem está dominado pelo poder da empresa, e a empresa, o dinheiro, o lucro, e as posses em demasia, tornaram-se pessoa, a pessoa, se aproximar-mos sobre ela uma lupa, poderemos ver mais como uma máquina representada em quadrinhos, um ser que é transmutação de partes metálicas, que possui um software interno e um coração orgânico, assim como alguns membros revestidos de pele, e uma aparelhagem que funciona como uma espécie de bomba, canos de plástico e cilindros, que mantêm a circulação de um sangue que mantêm-se em tal assepsia, proporcionada pela técnologia da medicina, onde facilmente se encontra em realidade a reposição do faltante do corpo com a invasão de um objeto metálico, de uma placa de carbono. Este homem confundido, que se encontra perdido em complicações de pensamentos, que se identifica com uma estrutura orgânica, que age conforme os orgãos que regulam sua razão, que irrazoável, utiliza da razão para espandir o propagar sua doença, pela tv e pela mídia, o bem-estar e a felicidade, ideias que não cabem no plano a priori da vida, que reserva a todos que já estão nela a morte, sobre a qual podemos dizer, em suas nuanças de definhamento, de amortecer, do próprio morrer, do padecer do corpo, e da dor da carne deixando os ossos, se é que de fato há dor, ou se não apenas mais uma ilusão de um ego estreito, novamente em uma posição de defesa, que o projeta e alarga sobre a infinidade das coisas, e que julga novamente como aquilo que considera o ponto negativo, associação comum e normal devido a própria constituição dualista do dia e da noite, a morte inevitável de si mesmo.
este homem identificado facilmente com seus pequenos anseios, classificados de jornal. Uma pequena lista de possíveis afazeres, possibilidades públicas que daí tornam-se profundas marcas privadas, e que daí ofuscam a vista e no mesmo dia tornam-se, apesar do vazio inesquecível que é maior a meia noite da solidão, reflexos naturais no espelho. Espelho que é um objeto necessário para essa constante auto-monitoração, um doutrinação que o nada faz consigo mesmo, e uma espécie de trabalho que o vazio exige, uma constante e gradativa constituição de alguma coisa, uma máscara ou persona sobre a possibilidade da vida enquanto a priori apenas experiência e fluxo.
Não sou chegado a uma ideia vazia de si, mas abro espaço para o que é prepoenderante no agora,. O substancialismo da própria realidade é uma ideia alheia apenas ao relativismo perspectivista que pretende conceituar ou jogar com as palavras em detrimento da constatação da própria experiência, que em sua marca indelével e de nenhuma forma inefável, carrega consigo uma noção de moralidade, além de uma noção de quem sou.
Porém o olhar de passarinho que nunca abandona o ninho- digam se não é a verdade, vivemos em uma época em que o excesso nos mantêm numa situação de depêndencia dos recursos produzidos pela civilização, fomos em larga escala deesde muito cedo viciados no sistema que, por seus aspectos ideológicos ligados a saciação de desejos, seus aspectos ideológicos ligados a um hedonismo, a um século voltado apenas aos desejos do egoísmo, nos prende, nos vicia, nos arremata, e nos impõe uma realidade que nos acompanha e nos cerca de tal forma que não temos escolha a não ser nos rendermos ao modo de ser que nos estampa e nos circunscreve a propaganda, e o bombardeamento constante de informações digitais, que por isso e devido a sua fugacidade não nos permitem, nós dotados de razão, nos apropriarmos destas informações e fazermos simples considerações sobre qualquer coisa.
Somos escravizados pelas ferramentas que criamos para nos ajudar...
O amor, na minha visão, enquanto substância das relações e da vida, torna-se um jogo de esconde-esconde, uma ideia banalizada e ligada a outra ideia vazia que é a de felicidade. O amor não resiste e é fraco, logo cai. Esse amor que penso como a própria vontade de viver, e que por isso se assemelha a eternidade do céu que é possível a meus olhos, numa contemplação momentânea, nessa minha vida passageira. Esse amor que se estende como um todo, é tão parcial quanto as repetitivas atividades dos homens contemporâneos, que surgem como pequenos flashs, em pequenos filetes, estratégia essa adotado pelo ego, para não perceber que, demais emaranhando em seu egoísmo, entrega toda a existência ao tédio.

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