True Moon

True Moon
Everyshit has it darkside

sábado, 31 de maio de 2014

Dialogando

A vida é uma dança de características distintas
se encontram, se desfazem, se reconstroem, se trocam, na palavra ou no toque,
enquanto vivos um caminho

nem sempre de terra ou asfalto,
as vezes parado,
um caminho..

que ilumina na dança do corpo
que é balanço de energia, em alguns casos vibrante
onde quem dispara, ou no olhar do silêncio
é o potencial


Enquanto penso
é do meu amor que florescem as palavras
que transbordam de mim a essência
e esclarecem os significados

para quem poder ver...
e quem não: também não eu
mas outro que diz, ou canta, ou chora, ou nada
para meus olhos antes da manifestação
inpercépto
insignificado

Da dicotomia a dialética do ser que reina
torna vivo o milagre no universo da existência

disparo de um universo longe do conhecer do meu saber
sentimento de uma razão sentida
que palpa e tateia a vida, antes da dedução
minha covardia hipotética, mas que me cria, então ainda eu

Sofro pelo que não sei, pois não sei o que é

nem longe, nem nos pormenores
pois é depois de quando eu termino

Entenda quando eu digo
que não é por mal que te machuco
mas é por não poder adotar aquilo que não me pertence
não um cego, mas de outro constructo
sou a possibilidade desviada
sou a clareza onde há treva
e a bondade no caos

E se não poder saber o que é entender
então, cuspa, violente, ou sorria

apenas, e antes disso, pois é assim que sei dizer
siga pelas curvas da estrada
da qual
eu de longe sei só o nome
e o peso do deslocamento de uma forma concreta ainda não viva no espaço.


quarta-feira, 28 de maio de 2014

algum lugar

Encontrado eu havia esquecido, mas nunca havia lembrado.
No céu, acima, e nos pés cravados no chão, eu quero dominar o mundo.
Modulando a síntese do meu dialogo, falo como se em terceira pessoa pra alguém... dialogo comigo?
Na massa plásmica que contém o substrato da vida, eu choro. E eu digo que sofro. Assim eu exclamo.
Talvez se eu ouvisse aquilo que te complementa eu parasse de escrever eu.
Mas pra continuar, se por escolha eu resolver não terminar, não haveria outra forma se não fosse de mim...
ou gradualmente as paredes, que tem o aspecto na memória, desfragmentariam... a luz cessaria seus feixes indo não embora, mas calando-se ali mesmo.. enquanto o organismo maturacionado contrairia-se, a alma escaparia para um buraco numa fenda espaço-temporal momentânea, sugando a existência de todas as memórias, uma história não teria nascido, e nada, e nada, e nada, nada, nada, nada, nada, nada
continuo silêncio imortal, mas estimulo escondido para os que desconsideram
talvez num mundo inteligível se torna cognoscível àquele que atingir-me por um segundo...
ilógico ignorado
pois  a prova não tem formato
só choca-se, depois e antes da vista, numa espécie de amorosa relação, constituída por ninguém mas existente entre todos que existem, que permeiam e estão imersos num efeito constante que é trás consigo vida.. se materializada e distante.

Café quentinho

Passando por tortuosos caminhos vai o viajante pelo murmurio.
Suas condolências? antes soubesse o que é não poder, e aquilo que é não saber. Do fruto come o maduro e cospe a semente.
Existia um grupo seletivo que do alto de um edifício cristalino, passavam aos condescendentes de nascença, as formas de se velejar, batendo sobre caixas negras, de mais pura manipulada tecnologia, com um sorriso estampado e solteiro. Ali mostra-se o necessário. Páginas e páginas de artigos curtos, provindos de vidas lentas e perturbadas que no subterrâneo pensam...
Sentei então para o café, meus olhos eram do decote mostroso e macio, da generosa e tímida garçonete que ali eu amei. Os olhos deslocavam-se e foram meus antes do pedido.
Será que há nome para o desejo que se faz realizado, nem que em fantasia dos meus lábios...? Chamaremos no final da noite, a interpenetração dos corpos, teus olhos delirantes, e o sabor da preensão de teu órgão umedecido, de amor?
Belo café! Servido quentinho... o diminutivo engrandece a ternura que sentem meus lábios pelo sabor que justifica meu momento. Aqui! deslocado, eu encontro mais uma parcela do que me faz personalidade.
Li hoje mais cedo nos jornais os ditos desleais de um local desigual. A lembrança, enquanto mais um gole de doçura.
Filósofo da ética justa, meu nome agora é conformista.
hummm... talvez mais uma olhada nos deslizes da perna nua, se não me falha a memória, isso é caridade!
Se existe (se existe: lutando agora para estabelecer claras conexões de maldade) qualquer coisa não certa, começa pelo fato de tanta beleza  estar aqui suprindo o vicio de um qualquer, este chamado pelo nome. Carregando a vontade dos pedintes, que por mérito se afundam... qualidades destemidas, justiça se faz no suor!
Deixe-me lembrar do nome desse corredor glorificado agora pelo jornal matinal... esqueci...
Mas que diferença faz, entre goles de açúcar, esquecido das 16 horas de serviço que só desgasta, para alegria uma boa dose de sofrer, hoje no triunfo que é minha folga.

domingo, 25 de maio de 2014

Infinito

Noite negra
que de cima da pedra plana
adiante da pilastra roída
mato, capim, ratazana
num pequeno pântano
no canto da terra vermelha

Um mendigo, amigo
da voz antes do sabido
Residente da palavra pouca
pois não há nome para o substrato do amar

No tijolo
da obra antissimétrica
cada espaço é uma tremida

enquanto embala junto do pendulo
ecoando a proximidade do fim da vida

Na luz
tem condição e qualidade de luz
Na luz
a luz
e só

No silêncio o grito de todos
do pó ao pó
com a morte todos os planos

Restam migalhas
concomitante esperança
para nossos erros

Se personal, sou objeto
e preconceito

não digo mais nada!
nada enquanto é tudo
aos convidados, aos conhecidos
no passado, sob a terra

nome só resta eu, e sobre mim chamem eles...

No escuro as velas significam nosso amor
tátil pela capacidade

apático, desamor, que não viu
mas não tem nome

calem a boca do mais um que não desistiu!
pela febre que corrói
pelo medo do esquecido
da transformação

Mas que falta do nunca tive..
egoísmo meu tornar teu corpo meu abrigo
minha energia em teus contos
minha casa em tua cova
que abriga no gosto da boca o infinito que me apaga

um abraço do coração distribui a alma sobre a pele

Escravo

zumbia deambulante

como da vida
construo a minha, tua, nossa, casa
na terra de nós
semeando nossos filhos
passos certos enquanto escuro
se esclarecido virá a ser
se não é até agora
é porque nunca foi ainda

em tempos de guerra
venha a paz
em tempos de paz
o marasmo clama a agitação dos corpos
nossos corpos
assim como nós, os de nossos pais

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Você é louco, joão?

Hoje parei pra pensar sobre como minha manifestação no planeta vem sendo, depois de ser questionado por um primo bem mais novo sobre minha sanidade: "Você é louco, joão?"
E eu não sei...
Penso que não, ou eu não poderia pensar..
mas já diziam os antigos que as impressões dos sentidos são enganadoras, e os trabalhos da imaginação possíveis ilusões, então, já que não posso fundamentar com tanta distinção tal afirmativa, nem de longe ela é uma máxima sobre mim.
Antes do final da oração anterior por alguns segundos exitei antes de concluir se o certo é mim ou eu, e agora gostaria de saber se haverá um momento onde o certo deixará de ser consenso. E antes mesmo dele ter se tornado, o mais próximo de minha certeza é que nesse dia tudo deixará de ser alguma coisa.
O movimento é vida.
A transformação é o afloramento do que é antes, a conjunção completa da substância que em contato com fluxos temporais modula-se, sobre si mesma, sem abandonar o passado, pois passado é presente quando o agora é cognoscível e assimilado junto à anterior estrutura. Nada, que não seja angustiante, entra de supetão na alma, a alma tem de abrir as portas e não abrirá para estranhos.
O estranho é aquele que, por infelizmente não ter sido conhecido, não pode ser objeto de nossos ideias, sua diferença acerta em cheio a nossa incapacidade de compreensão.
E o amor é a minha direção, é pelo que, é como, é a forma, é o que desejo sentir, e como desejo sentir.
Enquanto eu sou, enquanto não falo de verdade, mas falo como eu...
é o que eu tenho, e é tudo.
Se a loucura não nos permite ver a diferença. Se a loucura nos prende e nos animaliza. Se a loucura nos retira a humanidade.
É do diferente que falamos, e mesmo sem processo de cognição em alguma lugar ele esta.
É mais um preso, junto a todos tão repletos de individualismo que falam pela mesma língua, que vestem as mesmas roupas.
O horizonte é uma linha contínua que termina junto ao começo do relevo, ou o inicio daquilo que daqui não vejo?